terça-feira, 11 de agosto de 2009




"O correr da vida embrulha tudo.A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.

O que ela quer da gente é coragem."

(João Guimarães Rosa)

quarta-feira, 24 de junho de 2009


"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A-normalidade


A vida passa normalmente
enquanto o alívio da angústia
me faz angustiadamente aliviada
e a incerteza da precisão
se faz precisamente incerta
num contexto de diferenças tão iguais...
...e igualdades cada vez mais únicas.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Amor a Seco


Sozinha no meu quarto,
Eu deito.
Meu quarto, meu espaço,
Meu ar, minhas paredes,
Meu tempo, minha (in)consciência,
meus vícios, minhas escolhas,
Eu.
Eu sentimental, eu racional,
Eu a cada e por cada instante.
Perto e distante.
Silenciosa e falante.
Estática e mutante.
Submissa e arrogante.
Passiva e relutante.
Fria...Amante.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Poema sem Título


Não sei sobre o quê quero escrever,
Mesmo assim comecei.
Afinal o meu intuito
Neste poemeto fortuito
Não é agradar a terceiros, quartos ou quintos;
Tampouco é que alguém o entenda.
Meu único propósito
É torná-lo depósito
De coisa qualquer ou coisa alguma
Que não tem nome, não tem forma, mas existe (?).
Meu poemeto não fala, 
Ele cala.
Às vezes é por isso que eu rogo: silêncio, silêncio...
Silêncio de existência, silêncio vital.
A verdade é fugidia;
A interpretação, tardia.
Então, o que fazer?
Eu não espero que o poemeto dê-me respostas nem que suscite questionamentos.
Ele não é meu confidente,
Não é pra isso que está presente.
Ele não precisa ser fiel, ele é livre...
Liberdade tamanha que corre solto pra onde quiser.
Não reflete, não refrata, absorve.
Nasce, cresce, mas não morre.
Talvez eu até saiba seu significado
Mas hoje não tô pra definições.