Não sei sobre o quê quero escrever,
Mesmo assim comecei.
Afinal o meu intuito
Neste poemeto fortuito
Não é agradar a terceiros, quartos ou quintos;
Tampouco é que alguém o entenda.
Meu único propósito
É torná-lo depósito
De coisa qualquer ou coisa alguma
Que não tem nome, não tem forma, mas existe (?).
Meu poemeto não fala,
Ele cala.
Às vezes é por isso que eu rogo: silêncio, silêncio...
Silêncio de existência, silêncio vital.
A verdade é fugidia;
A interpretação, tardia.
Então, o que fazer?
Eu não espero que o poemeto dê-me respostas nem que suscite questionamentos.
Ele não é meu confidente,
Não é pra isso que está presente.
Ele não precisa ser fiel, ele é livre...
Liberdade tamanha que corre solto pra onde quiser.
Não reflete, não refrata, absorve.
Nasce, cresce, mas não morre.
Talvez eu até saiba seu significado
Mas hoje não tô pra definições.